Nos primeiros meses de 2020, Portugal e o mundo viram-se confrontados com um cenário quase inimaginável. Uma pandemia à escala global, causada pela rápida disseminação de um novo coronavírus que conseguiu romper a barreira das espécies e começou a infetar seres humanos.
A origem da pandemia de COVID-19
Os coronavírus constituem uma família de vírus já conhecida desde a década de 60, que geralmente circulam apenas em espécies animais.
No final de 2019, foram identificados alguns casos de uma pneumonia viral atípica, na cidade chinesa de Wuhan. O que começava com sintomas leves de tosse e febre, em algumas situações escalava para uma disseminação pulmonar da infeção, levando à morte de alguns pacientes.
A recorrência destes quadros clínicos levou as autoridades de saúde da China a identificar um novo agente infeccioso, que viria a originar uma pandemia com fortes repercussões por todo o mundo.
Bilhete de identidade do novo coronavírus
Este coronavírus foi designado por SARS-CoV-2, onde SARS deriva de Severe Respiratory Acute Syndrome (ou Síndrome Respiratória Aguda Grave). CoV-2 significa “coronavírus-2”, isto porque se trata do segundo tipo de coronavírus causador de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Ao anterior foi atribuída (em 2002) a nomenclatura SARS-CoV.
Este é já o sétimo vírus desta estirpe a conseguir infetar seres humanos. À doença por ele causada chamou-se COVID-19, designação derivada de “coronavirus disease” e do ano em que foi identificada pela primeira vez: 2019.
Sintomas da COVID-19
A doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 gera um quadro clínico pouco severo na maioria dos pacientes. Os sintomas principais de COVID-19 são a tosse e a febre, podendo haver também dores de cabeça e dores musculares associadas. Porém, casos mais sérios assinalam dificuldades respiratórias, que podem trazer consequências graves e provocar a morte.
O evoluir da doença permitiu identificar um preocupante grupo de risco na população, onde a taxa de mortalidade é mais elevada: idosos com alguma patologia prévia.
5 Medidas de prevenção para limitar o contágio
Cedo se percebeu que a forma de transmissão deste coronavírus exige alguma proximidade física ou contacto com superfícies contaminadas. O contágio dá-se por gotículas libertadas pelo nariz ou pela boca de uma pessoa infetada que podem atingir diretamente as vias respiratórias de pessoas próximas.
Também o ato de tocar com as mãos no rosto após contacto com uma superfície contaminada pode estar na origem da infeção, aumentando os riscos de contrair COVID-19.
Assim, há alguns cuidados recomendados para prevenir o contágio.
1. Reforçar a etiqueta respiratória
Isto significa que deve ter maior atenção a certos hábitos de higiene para minimizar os riscos de transmissão da COVID-19. Deve tapar sempre a boca e o nariz com a face interna do cotovelo ao espirrar ou tossir.
2. Evitar tocar no rosto com as mãos
Principalmente se tiver de frequentar espaços com muita gente, deve evitar levar as mãos à cara depois de tocar em objetos ou superfícies comuns. Logo que possa lave bem as mãos com água e sabão ou, se tal não for possível, desinfete-as com uma solução à base de álcool ou álcool a 70% (tampa amarela), porque atua mais tempo e não evapora logo, como acontece com o álcool a 95%.
3. Lavar as mãos com frequência
A lavagem das mãos deve ser feita de forma minuciosa, durante pelo menos 20 segundos, usando água e sabão. Lavar as mãos deve ser um ato repetido sempre que se contacte com outras pessoas ou com superfícies que possam estar contaminadas.
4. Desinfetar superfícies comuns de uso frequente
Os espaços comuns devem ser alvo de cuidados extra a nível de higiene para prevenir a propagação do coronavírus. Áreas, objetos e superfícies onde as pessoas toquem de forma recorrente devem ser frequentemente desinfetados. A limpeza de maçanetas de portas, interruptores e corrimãos, por exemplo, deve ser reforçada como forma de prevenção.
5. Manter o distanciamento social
Sempre que o isolamento social não for possível, deve ser mantida uma distância mínima de 2 metros entre as pessoas. Todos os cumprimentos e manifestações de afeto mais próximas foram desaconselhados durante o surto, a fim de tentar conter a evolução da COVID-19.
Que efeitos trouxe esta pandemia?
Em Portugal, os primeiros casos de COVID-19 foram detetados no início do mês de março. O facto de termos assistido à progressão da doença na China, alastrando mais tarde por diversos países europeus antes de chegar ao nosso, poderá ter contribuído para uma consciencialização da dimensão do problema.
Com efeito, as instruções das autoridades de saúde e a recomendação de isolamento social foram, de um modo geral, aceites pelos portugueses como um mal necessário para limitar a proliferação do vírus.
A rapidez com que a doença se propagou pelo mundo provou que efetivamente os vírus não conhecem fronteiras. De um surto localizado na Ásia, a evolução para uma pandemia com implicações profundas no quotidiano global foi assustadoramente célere.
Um pouco por todo o mundo, os hábitos alteraram-se e a perceção da fragilidade humana face à doença tornou-se mais real.