A varicela é uma doença viral que possui um cariz altamente contagioso. Tanto assim é que a esmagadora maioria daqueles que nunca a contraíram é atingida logo após um primeiro contacto. A simples interação com alguém infetado, por via da saliva ou dos espirros, é o principal foco transmissor.
Em princípio, a fase da infância é aquela em que este vírus surge com maior frequência. As crianças entre os 3 meses e os 10 anos de idade estão especialmente sujeitas à infeção.
De forma simplificada, a varicela carateriza-se pela febre e pelo aparecimento de borbulhas e bolhas no corpo. Habitualmente, esta maleita é curada em 5 a 7 dias, embora o período de incubação possa durar até 2 semanas. Nesse espaço de tempo, convém que tenha alguns cuidados especiais com o seu filho.
Não há, contudo, razões para alarme. Uma vez ultrapassado, não se volta a sofrer com este problema. É por isso que a doença é vista como um mal menor, sobretudo quando quem a sofre são os mais pequenos. Para muitos pais, trata-se até de um alívio. Porém, se a varicela aparecer numa pessoa já em fase adulta, as complicações tendem a piorar.
Neste artigo, ficará a saber que procedimentos deve ter com os seus filhos no caso de eles serem contagiados. Além disso, perceberá quais os maiores riscos para os adultos que são infetados.
7 Cuidados a ter com crianças portadoras de varicela
1. Banhos diários
Um dos efeitos da varicela prende-se com a sensação de prurido acentuado nas bolhas. É importante que a criança não caia na tentação de esfregar, arranhar ou coçar essas zonas do corpo.
De 4 em 4 horas, dê um banho morno de imersão ao seu filho. Se possível, adicione aveia e bicarbonato de sódio à água. Adicionalmente, lave-lhe o cabelo com shampoo neutro, pois irá proteger o couro cabeludo, na eventualidade de estar afetado.
Depois, ao enxugar a criança, faça-o de forma suave, sem que a pele seja molestada. Deste modo, a comichão será reduzida.
2. Utilização de cremes
Finalizado o banho, pode e deve passar cremes com efeitos calmantes. Tal fará com que o seu filho não sinta tanta necessidade de se coçar. Para lá disso, contribuirá também para cicatrizar as lesões na pele.
3. Unhas bem cortadas
Também no sentido de impedir que a criança se magoe, corte-lhe as unhas de maneira a que fiquem bem rentes. Antes de adormecer, é ainda conveniente colocar-lhe umas luvas para que, durante o sono, não se coce inadvertidamente.
4. Alimentação cuidada
Como em tantas outras doenças, a recuperação da varicela é tanto mais rápida quanto melhor for a alimentação. Em situações como esta, o que se recomenda é o consumo de alimentos leves e moles. A sopa, os purés ou as frutas cozidas são bons exemplos disto mesmo.
Assegure-se de que o seu filho bebe uma grande quantidade de líquidos por dia. Ao invés, evite dar-lhe citrinos e comidas salgadas, especialmente se existirem bolhas na boca.
5. Toma dos medicamentos certos
Abstenha-se de dar aspirina à criança, pois a toma indevida pode originar síndrome de Reye – uma doença grave que ataca o fígado e o cérebro. Ou, pelo menos, não o faça sem o consentimento do pediatra. Tomar medicamentos sem prescrição médica é um erro, particularmente se estiverem menores em causa.
Para controlar a febre e prevenir subidas de temperatura no seu filho, poderá recorrer a analgésicos. Em relação às comichões, o recurso a anti-histamínicos será o mais indicado. Seja como for, não deixe de marcar uma consulta de Pediatria antes.
6. Isolar a criança
Conforme foi dito, a varicela é uma doença de contágio fácil. Por isso, importa que o menor não entre em contacto com pessoas que nunca tenham sido infetadas.
Mantenha o pequeno num ambiente relativamente isolado, onde não haja riscos para os irmãos. A ida à escola deve também ser posta de parte para não existir uma propagação pelas outras crianças da turma. O mesmo é válido para a aproximação a pessoas adultas que nunca tenham sofrido desta enfermidade.
7. Repouso
Enquanto a criança se sente debilitada, descansar é fundamental. Este vírus deixá-la-á vulnerável e fraca. Isso fará com que também fique propensa a apanhar outras doenças, o que não é de todo desejável. Ao repousar estará mais protegida.
Os riscos da varicela nos adultos
1. Febres altas
Quando a varicela se manifesta já em idade adulta, costuma mostrar a sua versão mais aguda. Normalmente, o estado febril, que se faz notar sempre que esta doença aparece, sobe bastante. As pessoas infetadas podem chegar a registar uma temperatura de 39 graus ou mais.
Nestes casos, os métodos de tratamento são idênticos aos apontados atrás, passando por ações que garantam o alívio dos sintomas.
2. Problemas na gestação
Entre os adultos, as mulheres grávidas são aquelas para as quais este vírus representa um risco mais elevado. Na eventualidade de surgir no período de gestação, designadamente nos primeiros meses, poderá prejudicar a formação do feto.
É possível ainda que a doença traga ao bebé problemas mentais ou de visão, assim como macrocefalia. Em situações mais severas, poderá inclusive ocorrer um aborto espontâneo.
Mesmo para a própria mãe há o perigo de consequências indesejáveis, como pneumonias ou dificuldades ao nível do fígado. Relembre-se, no entanto, que este quadro drástico só é verificável se a mulher não tiver sido contagiada anteriormente.