O período de gestação é especial para qualquer mulher. No entanto, esta é também uma fase que requer cuidados a vários níveis. A alimentação na gravidez é um dos temas para os quais é importante olhar com atenção redobrada.
Durante a gravidez, há um aumento das necessidades nutricionais para apoiar o crescimento e desenvolvimento do bebé e para o bem-estar da mãe. É recomendada a adoção de um estilo de vida saudável, que deve mesmo iniciar-se antes da gestação. Desta forma, é possível otimizar a saúde da mãe e do bebé e reduzir o risco de complicações durante a gravidez.
Ganho de peso
Durante a gravidez, há um aumento de peso da mulher devido à formação da placenta, líquido amniótico, crescimento do bebé, volume do útero e do sangue, tecido mamário e gordura de reserva.
Um inadequado ganho ponderal pode levar a um atraso de crescimento intrauterino e mortalidade perinatal. Por outro lado, o elevado ganho de peso está associado ao aumento de peso do bebé ao nascimento, que por sua vez aumenta o risco de complicações na vida adulta.
Cuidados e preocupações com a alimentação na gravidez
Peixe, carne, ovos, legumes, cereais e fruta constituem o essencial de uma nutrição completa na gravidez. Em resumo, as recomendações alimentares para mulheres grávidas não diferem muito das recomendações para a população em geral.
A grande diferença reside no aumento das necessidades de energia e de nutrientes. Mas não significa que deve comer “por dois”. Só há necessidade de maior consumo de energia no segundo e terceiro trimestre da gestação.
O que se deve ingerir no período de gestação
A alimentação na gravidez deve englobar elementos variados, tais como:
- Fontes proteicas: laticínios, leguminosas, carne, peixe e ovos;
- Gordura: azeite, óleo de coco, frutos secos, sementes e peixes gordos;
- Fibras: cereais e derivados, fruta, legumes e sementes;
- Ácido fólico: legumes de folha verde, leguminosas e cereais integrais;
- Ferro: alimentos de origem animal, leguminosas e legumes de folha verde;
- Iodo: peixe, lacticínios e sal iodado;
- Cálcio: lacticínios, tofu e alguns cereais. A vitamina D é importante para a fixação do cálcio. São exemplos de alimentos ricos em vitamina D os peixes gordos e os ovos;
- Zinco: carne, peixe, leguminosas, produtos lácteos e cereais;
- Magnésio: frutos secos, cereais, leguminosas, banana e abacate;
- Ómega 3: peixes gordos, sementes e frutos secos;
- Hidratação: ingerir um mínimo de 3 litros de água por dia (incluindo água, outras bebidas e alimentos ricos em água).
Toxoplasmose entre as principais ameaças à gravidez
Uma preocupação que, habitualmente, surge nas mulheres grávidas está relacionada com a possibilidade de contraírem toxoplasmose. Esta é uma infeção causada pela bactéria Toxoplasma, que pode trazer febre ou dores nos músculos e na cabeça.
Apesar disso, é uma patologia que, normalmente, não acarreta grandes incómodos para os adultos. Já nos bebés, a doença pode ser fatal, levando eventualmente à sua morte ainda na barriga das mães. Isto para lá de outras complicações, tais como má formação do feto, surdez ou aumento do tamanho do fígado. O perigo é maior caso a maleita surja no primeiro trimestre da gravidez.
Se a mulher grávida tiver contraído toxoplasmose anteriormente, está livre de ser infetada. De qualquer forma, na maioria das vezes, isso não se verifica, pelo que as pessoas não costumam estar imunes à infeção.
Este é mais um motivo para que se registem cuidados especiais com a alimentação na gravidez. Ingerir carnes cruas ou mal passadas é proibido e as frutas e legumes têm de ser muito bem lavados.
Alimentos a evitar no período de gestação
Uma boa alimentação na gravidez passa por evitar alguns produtos. Fique a par de alguns exemplos:
- Lacticínios: evitar os lacticínios não pasteurizados, queijos mal curados, queijo fresco e requeijão;
- Enchidos e fumados: o consumo deste tipo de alimentos pode levar a doenças como a Listeriose ou Toxoplamose;
- Alimentos ricos em mercúrio: há certos tipos de peixe que deve pôr de lado. Peixe-espada, cavala, tamboril ou tintureira são espécies a evitar pelo seu elevado teor de mercúrio;
- Cafeína: é desaconselhado ingerir mais do que dois cafés diários, evitando ultrapassar as 200 mg de cafeína por dia. É importante não esquecer que o chá, o cacau e algumas bebidas também contêm cafeína.
- Sal: utilize pouco sal para cozinhar, opte pelo uso de ervas aromáticas e leia atentamente os rótulos alimentares.
Estes são conselhos úteis que a ajudam a seguir uma boa alimentação na gravidez. Vale a pena frisar, porém, que a leitura deste artigo não substitui as recomendações do seu médico de família, obstetra ou nutricionista. No que toca à saúde, cada caso é um caso. Como tal, a sua gestação é única e especial!