Contrair toxoplasmose na gravidez é um receio comum a muitas mulheres nessa fase. Na verdade, qualquer pessoa está sujeita a esta doença que, geralmente, não aporta riscos para a população em geral. No entanto, quando se contrai durante a gravidez, a toxoplasmose pode ter sérias consequências, tanto para a mãe como para o bebé.
Conheça melhor este tipo de infeção, como se manifesta e os riscos associados. Saiba como preveni-la e de que forma deverá atuar se não tiver imunidade.
Em que consiste a toxoplasmose?
A toxoplasmose é, inegavelmente, uma preocupação durante a gravidez. Trata-se de uma doença infeciosa provocada pelo parasita Toxoplasma gondii que se transmite através da ingestão dos seus ovos (designados por oocistos). A infeção pode ter origem em água ou alimentos contaminados quando consumidos crus, pouco cozinhados ou mal higienizados.
Esta infeção pode ser adquirida ou congénita:
- Na toxoplasmose adquirida, por norma, não há manifestação de sintomas. Quando atinge pessoas com um sistema imunitário saudável, o parasita dificilmente originará alguma forma de doença. Por oposição, se infetar mulheres grávidas ou indivíduos imunocomprometidos, poderá acarretar consequências graves;
- Falamos em toxoplasmose congénita quando é transmitida pela mãe ao feto durante a gestação. Após ser infetada, a gestante poderá apresentar-se assintomática ou, em casos extremos, ter sintomas bastante acentuados. Para além de poder pôr em risco a gravidez, a toxoplasmose pode afetar o bebé. Depois do nascimento as alterações poderão ser pouco percetíveis, mas há risco de evoluírem consideravelmente nos meses ou anos posteriores.
Os riscos associados à toxoplasmose na gravidez
Os perigos de contrair toxoplasmose na gravidez variam consoante a fase da gestação, aumentando gradualmente ao longo dos meses.
Caso a infeção se dê durante os primeiros meses, a hipótese de infetar o bebé é manifestamente inferior, mas pode interferir com a normal evolução da gravidez. Se ocorrer numa etapa mais avançada, já próxima do nascimento, os riscos são superiores.
Entre as possíveis consequências da toxoplasmose na gravidez salientamos:
- Malformações do feto;
- Parto prematuro;
- Peso inadequado do bebé aquando do nascimento;
- Aborto espontâneo;
- Morte fetal.
Por outro lado, quando um bebé nasce com toxoplasmose congénita, corre riscos de vir a desenvolver vários problemas:
- Atraso mental;
- Estrabismo;
- Anemia;
- Convulsões;
- Inflamações dos olhos;
- Icterícia grave;
- Desproporção da dimensão da cabeça.
Considerando todos os perigos associados, será imprescindível a realização de exames médicos antes e durante a gravidez, para avaliar se a mulher está ou não imune a esta doença. Pelos resultados, o médico aferirá se ocorreu algum contacto anterior com o parasita.
Como agir se não houver imunidade
Para saber se é ou não imune à toxoplasmose, o médico que a acompanha deve solicitar que faça análises sanguíneas específicas. Se os resultados demonstrarem que existiu uma infeção prévia, estará imune à doença. Porém, caso esse cenário não se verifique, significa que não terá imunidade à toxoplasmose, devendo tomar especiais precauções.
Cuidados a ter para prevenir a infeção
Existem alguns cuidados básicos na gravidez que deverá ter em consideração para prevenir a toxoplasmose:
- Cozinhe bem todos os alimentos, evitando a ingestão de carne crua ou mal passada;
- Ao consumir alimentos como fruta e vegetais em estado cru, tenha sempre a precaução de os descascar e higienizar devidamente;
- Opte por congelar a carne com alguma antecedência antes do seu consumo. Isso ajuda a minimizar a possibilidade de transmissão do parasita;
- Lave de forma correta e regular as mãos e os utensílios de cozinha no momento de preparação dos alimentos;
- Se tiver gatos, evite interagir diretamente com a caixa de areia e utensílios usados na remoção das fezes. Se tiver de o fazer, use sempre luvas e lave as mãos no final;
- Beba sempre água de fontes seguras e tratadas;
- Use luvas durante atividades de jardinagem ou sempre que contactar com terra.
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