Os transtornos alimentares caracterizam-se por uma alteração na forma como as pessoas lidam com o seu corpo e com a comida. Esta mudança de padrão gera comportamentos desviantes, que têm impactos negativos na saúde física e mental do paciente.
Em Portugal, entre 2000 e 2014, o número de internamentos por doença duplicou e 4500 pessoas tiveram que ser hospitalizadas, devido a distúrbios alimentares. Sendo que, é entre a população adolescente que surgem, geralmente, os casos mais graves.
Estes números indicam que, mais do que nunca, é preciso saber ler os sinais e estar atento a quem nos rodeia.
3 Transtornos alimentares mais conhecidos
São muitos e distintos os transtornos alimentares identificados pela comunidade médica, porém 3 deles revelam ser mais comuns.
- Anorexia
Este transtorno alimentar caracteriza-se pela visão distorcida que o doente tem do seu corpo. Quem sofre de anorexia, vê-se ao espelho com excesso de peso e tudo faz para contrariar esta imagem. Isto leva-o a reduzir drasticamente o consumo de alimentos e, em alguns casos, a exagerar na prática de exercício físico e no uso de substâncias laxantes. Tudo com o objetivo de perder peso e conquistar o “corpo ideal”.
- Bulimia
Quem sofre de bulimia tem uma vontade incontrolável de ingerir alimentos, muito para além do que é diariamente recomendado. Para escapar ao controlo de familiares e amigos, estas pessoas refugiam-se e comem às escondidas, o que torna mais difícil a intervenção de terceiros.
Apesar deste ímpeto, também aqui o peso da imagem se faz sentir, levando a comportamentos pouco saudáveis como a indução do vómito, a prática excessiva de exercício físico ou o consumo de laxantes e diuréticos.
- Compulsão alimentar
À semelhança da bulimia, a compulsão alimentar centra-se na ingestão exagerada de alimentos, porém sem recurso a mecanismos de compensação, como o vómito ou o exercício. Habitualmente, o indivíduo passa por fases de maior ansiedade ou tensão e refugia-se no consumo descontrolado de comida, num curto espaço de tempo. Por via deste comportamento, habitualmente, estas pessoas sofrem de excesso de peso.
Outros tipos de distúrbios alimentares
A par da anorexia, da bulimia e da compulsão alimentar, existem outros transtornos alimentares que, sendo igualmente alarmantes, não são tão conhecidos pela população em geral. Para que possa conhecê-los melhor, apresentamos de seguida alguns desses exemplos:
- Hiperfagia – Apetite voraz que conduz ao consumo excessivo de alimentos;
- Ortorexia – Preocupação exagerada por uma alimentação saudável e nutritiva;
- Vigorexia – Obsessão por ter um corpo extremamente musculado, que se manifesta na prática de exercício físico excessivo e uso de substâncias anabolizantes;
- Transtorno obsessivo por alimentos – Alívio de pensamentos incontroláveis e persistentes, através da comida;
- Transtorno de Ruminação – Regurgitação e remastigação de alimentos;
- Alotriofagia ou síndrome de pica – Forte tendência para a ingestão de produtos não alimentares.
Qual a melhor forma de tratamento?
Os transtornos alimentares são doenças graves que carecem do diagnóstico e acompanhamento feito por uma equipa multidisciplinar. Habitualmente, esta é composta por um médico, um nutricionista e um profissional de saúde mental. Só com esta abordagem holística do paciente é possível enfrentar o problema em todas as frentes:
- Recuperar ou minimizar problemas de saúde originados pelo transtorno;
- Frequentar um programa de reeducação alimentar;
- Encontrar os fatores que desencadearam o desenvolvimento do distúrbio.
De referir que, em situações mais graves, pode ser receitado o uso de medicação para controlar a doença. Noutros, mais extremos, pode ser necessária a hospitalização do paciente.
Entenda alguns sinais de alerta
Quem sofre de transtorno alimentar, habitualmente desenvolve uma capacidade para esconder estes mecanismos das pessoas que o rodeiam. Porém, existem alguns sinais aos quais devemos estar atentos e que afetam de forma negativa a saúde física e mental do indivíduo. São eles que nos ajudam a identificar casos de transtornos alimentares e a procurar ajuda especializada:
- Excessiva preocupação com o corpo;
- Afastamento social devido a imagem corporal distorcida;
- Extrema preocupação em manter uma dieta restritiva;
- Sentimento de culpa após as refeições;
- Variações de humor e aumento de agressividade;
- Inadequado uso de laxantes;
- Contagem obsessiva do número de calorias ingeridas;
- Vómito ou exercício físico desmedido, como forma a compensar uma alimentação desregrada;
- Constantes desculpas para escapar às horas das refeições;
- Perda de peso repentina.
Perante a presença de algum destes comportamentos é muito importante estar alerta. Estes sinais podem agravar-se e conduzir a um transtorno alimentar.
A informação é o primeiro passo para intervir atempadamente em casos de transtornos alimentares. A par dos cuidados de saúde, esta é uma das missões da equipa da Eiriz Saúde.
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